quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Legumes típicos da região

Os produtos hortícolas são também abundantemente cultivados na ilha da Madeira, dos quais podemos destacar as abóboras, batatas (a que os madeirenses chamam semilhas), batatas-doces, cebolas, couves, esparregado de verduras (constituído por folhas de nabo, urtigas acelgas e espinafres), espigos de couves, favas, feijões, feijão verde ou “vaginha”, inhame, maçarocas, nabos, pimpinela, e outros. É de salientar, também, as plantações de milho, batatas e legumes feitas por baixo das vinhas (Figueira: 17).
Falando um pouco da batata, esta é oriunda dos Andes, e foi descoberta pelos europeus no ano de 1539. Na Madeira, a sua difusão deu-se no princípio do século XIX, mas a sua presença na ilha está documentada desde 1760. Cardoso refere, na sua obra, que o nome dado à batata pelos madeirenses, deriva da palavra espanhola semilla (semente), pelo facto de ter sido escrito, este mesmo nome, nas etiquetas das caixas que acompanharam as primeiras sementes do tubérculo para a região.
Relativamente à batata-doce, esta foi o principal alimento da população madeirense há alguns anos atrás. Oriunda da América do Sul, surge na Madeira no século XVII, onde, por sua vez, podemos encontrar algumas variedades, tais como, inglesa, rama santa, amarela ou de Santana e de rama preta. A batata-doce foi usada na doçaria (batatada) para além do bolo e pudim e pode-se comer cozida ou assada (Cardoso: 106).
O inhame, por sua vez, é comido, geralmente, na Páscoa mas já não é muito vulgarizado. Segundo Agustina Bessa-Luís, referenciado por Santos, «o inhame era o legume do pobre, quase o pão do colono».
A “vaginha” é o termo popular e regional utilizado para classificar o “feijão verde”, um dos muitos legumes que constituem o prato dos campestres e os principais acompanhamentos para carnes e peixes (Santos, 2005: 33).
Segundo Horácio Bento Gouveia, referido por Santos «A culinária insular é o reflexo nítido do nível de pobreza em que emergia a maioria da população: no campo predominava a batata-doce, a couve, a semilha e o inhame, na cidade destacava-se o milho cozido, nas casas de pasto dominam os fritos, seja por ser mais económico e prático, seja porque certos peixes só se prestam pela referida modalidade culinária, nomeadamente o chicharro e a castanheta. Contudo, aos populares, valiam-lhes os dias de festejo para alterar dieta tão pobre.»Santos refere, na sua obra, que o agricultor cultivava legumes para “ir matando a fome”, cultivando semilhas pela Primavera, feijão em Junho, juntamente com bogangas e pimpinelas. Deste modo, o produto da terra permitia ao caseiro, quando a colheita era boa, realizar “patuscadas” e, assim, poder ganhar algum dinheiro.

Legumes:
Batata doce e cebolas



Pimpinelas e couves



Abóboras


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